sábado, 19 de maio de 2007

Ponte de Almas

Roberto Fabelo - Ninfa


Sofro, Lídia, do medo do destino.

A leve pedra que um momento ergue
As lisas rodas do meu carro, aterra
Meu coração.

Tudo quanto me ameace de mudar-me
Para melhor que seja, odeio e fujo.
Deixem-me os deuses minha vida sempre
Sem renovar

Meus dias, mas que um passe e outro passe
Ficando eu sempre quase o mesmo, indo
Para a velhice como um dia entra
No anoitecer.

Ricardo Reis


6 comentários:

Diabba disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Submissa disse...

Medo porquê, amiga Diabba?
Só a fábula deverá amedrontar-nos, o real somos nós quem o modela e conforma.

Em meu nome e no dos outros Incompreendidos, obrigada pela sua visita.

Luís Serpa disse...

Sempre gostei muito deste poema de R.R., poruq eé visível, na última estrofe, a queixa que o autor faz de um mau passe numa casa de passe: "Maus dias, neste passe e no outro, etc. etc.". Admirável como consegue vestir com roupas literárias o poderoso efeito de um mau passe "ficando eu sempre quase murcho", etc (passo o resto, para não assustar as senhras decentes que vêm a este blog.

Teresa disse...

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Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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