segunda-feira, 21 de maio de 2007

Em mim estou, de mim parto


Em mim estou, de mim parto


Blastócitos inermes e canoros

À deriva em úteros poluentes

Afloram, indecisos, entre poros

De voláteis e informes mentes.


Irrompem, então, átomos sonoros

Exultando e corroendo gentes

Cobardemente destemido, ignoro-os

E preparo o refúgio, entrementes.


Zoando, insectos helicoidais

Impõem-se em togas e casulas.

Genuflicto, e vislumbro entre os varais


Quatro belicosas e doces mulas

Que em ademanes secos e brutais

Esfacelam alforrecas e medulas.


4 comentários:

Submissa disse...

Magnífico soneto, meu amigo!
Este ainda não conhecia.
Que riqueza de imagens, que finura nas hipérboles!
Ainda falta muito para a saída do livro?

É verdadeirmente um privilégio colaborar neste espaço.

Diabba disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Pra não falar das parábolas, espectáculo, tásse na maior.

Sapo Inquisitivo disse...

bonito texto.

Há Polémica à espera!!!

cumps