Em mim estou, de mim parto
Blastócitos inermes e canoros
À deriva em úteros poluentes
Afloram, indecisos, entre poros
De voláteis e informes mentes.
Irrompem, então, átomos sonoros
Exultando e corroendo gentes
Cobardemente destemido, ignoro-os
E preparo o refúgio, entrementes.
Zoando, insectos helicoidais
Impõem-se em togas e casulas.
Genuflicto, e vislumbro entre os varais
Quatro belicosas e doces mulas
Que em ademanes secos e brutais
Esfacelam alforrecas e medulas.
4 comentários:
Magnífico soneto, meu amigo!
Este ainda não conhecia.
Que riqueza de imagens, que finura nas hipérboles!
Ainda falta muito para a saída do livro?
É verdadeirmente um privilégio colaborar neste espaço.
Pra não falar das parábolas, espectáculo, tásse na maior.
bonito texto.
Há Polémica à espera!!!
cumps
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